POR UMA (ANTI)PEDAGOGIA DA RECRIAÇÃO

Esta realidade inédita para o sistema de educação, nos dá uma certeza:
A escola "normal" morreu.
No princípio desse processo, vibrei com todas as novas possibilidades, e também me preocupei com as soluções fundamentais para recriar um sistema educativo que dê respostas às necessidades dos Seres do agora e do futuro.
Mas para não recriar na pressa, (e correr o risco de repetir estruturas antigas) é preciso desfazer a lógica anti-vida em ruínas, desde dentro e radicalmente.
Estamos, como diz Charles Eisenstein, no espaço entre histórias. Aquele momento em que a velha história sobre o que é real está desmoronando, as antigas formas de viver e se sustentar já não fazem mais sentido.
Me parece que isso demanda uma qualidade criativa, a percepção pelos sentidos e conexão com a humanidade.
Através da vivência de um caminho interior de pausa, escuta e sabedoria.
Escuto um chamado pra criação sistemicamente alinhada.
E se os problemas óbvios forem só sintomas de uma questão mais profunda? É necessário ir mais fundo, pra não mexer só no sintoma, mas na questão raiz.
A crise é uma oportunidade pra parar de sustentar. Ao recusarmos o convite desperdiçamos uma oportunidade de um rito de iniciação planetária rumo a uma vida realmente admirável.
É tempo de recriar.
Esse é um chamado absoluto pra olharmos pra nossas práticas, produtos e serviços e nos perguntarmos, com auto-honestidade radical:
> De quais relações estou cuidando com esta minha forma de viver?
> O que estou criando agora com a minha forma de responder à crise?
> Como podemos recriar uma educação que dê sustentação à todo o sistema vivo de agora e do futuro?
Vamos para dentro, mas vamos juntos, que de lá surgem mananciais de verdade. Eu sinto e sei, temos tudo que precisamos para ir desse momento para o próximo com grandiosidade.